O prazer dos aromas

Matéria publicada na coluna sobre vinhos do site Bella da Semana, no mês de Dezembro/2015.

Nem sempre que tomamos um vinho damos importância aos aromas. Às vezes, colocamos o nariz na taça simplesmente por vermos que outras pessoas o fazem. Em algumas ocasiões percebemos aromas, porém não os identificamos, muito menos compreendemos a sua origem.

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Os aromas são partes importantes do prazer que nos oferece um vinho, mas também nos dão várias informações sobre o produto. Por exemplo, numa degustação às cegas, podemos deduzir quais tipos de uvas foram utilizadas para a elaboração, qual a sua região de origem, o tipo de elaboração, se teve amadurecimento em barrica, sua idade, seu estado, entre outros.

Os vinhos possuem muitos aromas e saber de onde provêm ou como se formam nem sempre é uma tarefa fácil. A maioria das respostas saem de um laboratório onde são identificadas as substâncias responsáveis pelos distintos tipos de aromas, como: alcoóis, ácidos, ésteres, aldeídos, terpenos, fenóis voláteis, entre outros.

Claro que o consumidor não tem obrigação de estudar sobre a química dos vinhos, deixemos isso para os profissionais que pretendem ser bons degustadores e têm que treinar e estudar muito para identificá-los e conseguir entender o que o vinho está comunicando através desses aromas.

Os aromas não são somente percebidos por via nasal direta, como também por via retronasal – isso acontece quando temos o vinho na boca e o ingerimos, o que contribui com a formação do que denominamos sabor.

O sabor é uma combinação multissensorial considerada a percepção mais complexa da análise sensorial dos vinhos, uma vez que combina aromas, gostos e outras sensações percebidas na boca, como a textura, adstringência, temperatura e demais.

Os aromas, quando percebidos por via retronasal, são um dos principais componentes do sabor e é isso o que define em grande parte nossas preferências. Quando temos dois vinhos com características similares e bem equilibrados entre o teor de álcool, acidez e taninos, o que vai definir nossa escolha são os aromas, e é isso que os tornam tão importantes.

Não pretendo que você aprenda sobre a química do vinho, mas simplesmente que não perca de desfrutar dos aromas, que fazem uma grande diferença. Não esqueça que grande parte do prazer que experimentamos quando bebemos um vinho vem dos aromas.

Mario R. Leonardi

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